Presos baianos liam
jornal escrito a mão
Ana Carolina Souto
O jornalista Emiliano José (foto) contou as dificuldades enfrentadas no período do AI-5, "quando a ditadura se instaurou de fato", segundo ele.
O jornalista Emiliano José (foto) contou as dificuldades enfrentadas no período do AI-5, "quando a ditadura se instaurou de fato", segundo ele.
Em dezembro de 1968, Emiliano estava na Bahia no Congresso da UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas). No final de 1970, era militante clandestino e foi preso. Ficou na Penitenciária Lemos Brito, na galeria F, onde foi torturado.
Nesse período, Emiliano começou a se descobrir como jornalista. Conseguiu um rádio de pilha, que permanecia escondido, e escutava as notícias de meia em meia hora. Depois anotava as informações em um papel, com letras pequenas.
O texto escrito em caneta vermelha passava de mão-em-mão por todas a celas. Ao chegar na última delas, esse "jornal" era queimado, para que não fosse descoberto pelos carcereiros.
“Com aquele jornalzinho, todos tomavam conhecimento do mundo”, disse Emiliano. Em 1974, ele saiu da prisão e, mesmo sem ter feito uma universidade, tornou-se jornalista.
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