
ajudou jornalistas
presas nos anos 70
Leandro Pessoa
O jornalista baiano Afonso Maciel (foto) relatou alguns dos seus enfrentamentos em defesa da liberdade durante o regime militar no Brasil. Ocupando o cargo de presidente da Associação Baiana de Imprensa (ABI) durante o período, Afonso atuou na linha de frente de resistência as ações da censura.
Um dos casos apresentados, que o jornalista pretende publicar em seu livro de memórias, refere-se à intermediação que prestou no caso de duas jornalistas presas em Salvador.
Logo pela manhã, tendo tomado conhecimento do fato por um telefonema anônimo, ele saiu do seu escritório de advocacia no Comércio indo ao encontro do Coronel Luis Artur de Carvalho, na Polícia Federal. Lá utilizou-se tanto da carteira profissional de advogado, como da de presidente da ABI para ter acesso à autoridade.
Enfrentando resistência a uma visita pessoal às jornalistas, Afonso desafiou a autoridade, permanecendo no departamento até obter permissão para a visita de familiares das presas. Ele também conseguiu que as jornalistas recebessem produtos de higiene pessoal.
Com visita marcada para a manhã do dia seguinte, Maciel passou o resto do dia contactando pessoas próximas às jornalistas, até chegar à mãe e à tia delas. Afonso seguiu até o fim no caso, ouvindo as familiares das prisioneiras sobre as condições em que se encontravam e comemorando, por fim, a liberação.
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